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Unidade 3


Introdução

Olá, estudante!

A engenharia térmica trata dos processos de transferência de calor e da metodologia para calcular a velocidade com que estes são produzidos e, assim, poder projetar os componentes e sistemas em que são aplicáveis. Veremos que a transferência de calor abrange uma ampla gama de fenômenos físicos que devem ser entendidos antes de se prosseguir para o desenvolvimento da metodologia que conduz ao dimensionamento térmico dos sistemas correspondentes.

Também introduziremos o conceito de calor. Sempre que há uma diferença de temperatura, a energia é transferida da região de temperatura mais alta para a temperatura mais baixa. De acordo com os conceitos estabelecidos por diversos autores, a termodinâmica é a energia transferida na forma de calor como resultado de uma diferença de temperatura.

Veremos, ainda, que, embora as leis da termodinâmica tratem da transferência de energia, elas são aplicadas apenas a sistemas em equilíbrio e que são usados para prever a quantidade de energia necessária para mudar um sistema de um estado de equilíbrio para outro, mas não servem para prever a rapidez (tempo) com que essas mudanças podem ocorrer. Assim, a fenomenologia que estuda a transmissão do calor complementa os princípios termodinâmicos, fornecendo métodos de análise que permitem prever esta taxa de transferência de calor.

São muitos os estudos que serão abordados aqui. Preparado(a) para conhecer um pouco mais sobre cada um deles?! Então, vamos lá!

Termodinâmica

A termodinâmica é o ramo da física que estuda as transformações de energia envolvendo calor, trabalho mecânico e outros aspectos da energia, bem como a relação entre transformações e propriedades da matéria. Inicialmente, a termodinâmica surgiu do estudo da produção de trabalho mecânico a partir de fontes de calor, e seu interesse se concentrou nas aplicações técnicas de máquinas térmicas. No entanto, hoje a termodinâmica intervém extensivamente nos domínios da física (fenômenos superfícies, baterias, magnetismo), da química (reações químicas, balanças), da engenharia (refrigeração, turbinas, motores), da biologia (fenômenos bioenergéticos), da meteorologia (umidade, previsão do tempo), entre outros.

Do ponto de vista histórico, a termodinâmica desenvolveu-se durante os séculos XVIII e XIX, quando as noções de calor e temperatura não eram entendidas completamente. Ela evoluiu para uma teoria formal e elegante cujos resultados e métodos tornaram-se extremamente importantes para fins da engenharia devido aos motores a vapor que foram desenvolvidos mais ou menos nesta época.

Na vida cotidiana, frequentemente referimo-nos às formas sensitiva e latente de energia interna como falamos da quantidade de calor dos corpos. Na engenharia, no entanto, tais formas de energia são referidas usualmente como energia térmica para evitar qualquer confusão com transferência de calor. (ÇENGEL; BOLES, 2015, p. 37).

Pode-se dizer que a termodinâmica clássica estuda aqueles fenômenos físicos macroscópicos relacionados ao calor e à temperatura, limitando-se ao estudo de estados de equilíbrio e transformações que pode ser representado por uma série contínua de estados de equilíbrio. Uma amostra de substância sólida, líquida ou gasosa pode ser descrita de duas maneiras básicas:

a

Dependendo dos átomos e das moléculas que a constituem, das interações entre esses componentes e dos limites impostos pela forma da amostra ou do invólucro que a contém: essa descrição é chamada microscópica, e seu estudo corresponde à Teoria Cinética e à Mecânica Estatística.

b

Dependendo das propriedades macroscópicas da amostra, que podem ser determinadas por medidas práticas: estas medidas apenas detectam valores médios das coordenadas atômicas das partículas, que são massa, volume, densidade, pressão, temperatura, calor específico, constante dielétrica, módulo de elasticidade, etc. Esse tipo de descrição, característica da termodinâmica, recebe o nome de macroscópica.

A termodinâmica é, portanto, uma disciplina fenomenológica, que estuda os fenômenos que ocorrem em sistemas de um ponto de vista geral, macroscópico, em termos de propriedades físicas observáveis e mensuráveis. Portanto, não faz suposições sobre a constituição íntima da matéria, e seus princípios são independentes de uma imagem molecular. A validade de suas equações repousa na crença de que fenômenos físicos se cumprem hoje, e continuarão sempre a cumprir, os chamados princípios termodinâmicos, extraídos de nossa experiência no mundo macroscópico em que vivemos.

Algumas das grandezas macroscópicas usadas na termodinâmica são a pressão (p) de um gás ou força por unidade de área que é exercida pelo gás em uma superfície; o volume (V) desse gás; e ou o número de mols (n), que especifica a quantidade de gás. Outras grandezas macroscópicas são a temperatura (T); a energia interna (U); e a entropia (S). Essas propriedades caracterizam o sistema, de modo que o estado de um sistema termodinâmico é descrito pelos valores que essas magnitudes possuem.

Calor

A energia transferida por meio dos limites de um sistema devido a uma diferença de temperatura constitui calor. Nessa definição, está implícito o fato importante de que um corpo não contém calor, mas o denominamos assim como sendo energia na medida em que cruza os limites. Isso é, o calor é um fenômeno transitório. Se considerarmos o corpo quente como um sistema e o corpo frio como outro, chegamos à conclusão de que originalmente nem um nem outro contém calor (eles contém energia, é claro).

A imagem mostra uma foto de um termômetro de mercúrio feito em madeira em tom amarelo. Ele demarca graus Celsius e Fahrenheit e está enterrado parcialmente na areia que contempla a maior parte da foto. Ao fundo, há uma pequena faixa de mar.
Figura 3.1:  Calor
Fonte: wirestock/ Freepik.

Descrição da figura: A imagem mostra uma foto de um termômetro de mercúrio feito em madeira em tom amarelo. Ele demarca graus Celsius e Fahrenheit e está enterrado parcialmente na areia que contempla a maior parte da foto. Ao fundo, há uma pequena faixa de mar.

Ao colocar ambos os sistemas em comunicação térmica, o calor é transferido do corpo quente para o corpo frio, até que o equilíbrio térmico seja estabelecido. A temperatura é como um potencial que governa a passagem de calor. Como o calor é uma forma de energia, deve ser medido em unidades de energia, e, portanto, em joules, conforme o Sistema Internacional de Unidades (SI). Uma unidade prática de calor é a caloria (cal), que é: \(1~cal=4.186~J\).

Quando dois corpos com temperaturas diferentes entram em contato, ocorre transferência de calor até que ambos os corpos tenham a mesma temperatura nos pontos de contato. Portanto, um fluido e uma superfície sólida têm a mesma temperatura nos pontos de contato. Essa propriedade é conhecida como condição de continuidade da temperatura. (ÇENGEL; BOLES, 2015, p. 30).

Foi Joule quem encontrou esse equivalente mecânico do calor, em um aparelho formado por um calorímetro cheio de água e dentro do qual havia pás conectadas a um eixo que girava por meio de um mecanismo formado por uma massa (\(m\)) presa a um fio. Se a massa está inicialmente em repouso, ao abaixar a uma altura (\(h\)), sua energia potencial em um valor \(mgh\) diminui e aumenta sua energia cinética em \(1/2~m{{v}^{2}}\). Joule também descobriu que aumenta a temperatura da água por um valor \(\Delta T\) porque a energia térmica passa para a água devido ao atrito das lâminas com a água. Assim sendo, \(mgh-\frac{1}{2}m{{v}^{2}}=JM\Delta {{T}^{{}}}\).

Onde \(M\) é a massa de água contida no calorímetro e \(J\) é o equivalente mecânico do calor, cujo valor é \(J=4.186~J/cal\).

Ao assistir ao vídeo, foi possível conhecer um pouco sobre os conceitos históricos de calor. Gostou do tema, estudante?! Então, vamos compreender sobre capacidade calorífica e calor específico!

Capacidade calorífica e calor específico

Se uma colher de chá fria for mergulhada em uma xícara de café quente, a colher é aquecida e o café é resfriado até atingir o equilíbrio térmico. A interação que causa essas mudanças de temperatura é basicamente uma transferência de energia de uma substância para a outra, dada exclusivamente por uma diferença de temperatura chamada de fluxo de calor ou transferência de calor, e a energia transferida é chamada de calor. Nós usamos o símbolo \(Q\) para a quantidade de calor.

\[1~cal=4.186~J\]

\[1~J=0,24~cal\]

Os corpos são diferenciados uns dos outros também porque absorvem energia térmica em taxas diferentes. Esse fato se reflete na definição da unidade histórica de calor (caloria), que é definida como a energia térmica necessária para aumentar a temperatura de um grama de água por um grau Celsius, especificamente, no intervalo entre 14,5 e 15,5 ºC (LIVI, 2017, p. 191). A capacidade calorífica de um corpo é a quantidade de energia na forma de calor necessária para aumentar sua temperatura em um grau.

Variação da energia térmica de um corpo pela variação de temperatura:

\[C=\underset{\Delta T\to 0}{\mathop{lim}}\,\frac{Q}{\Delta T}=\frac{\delta Q}{dT}\]

Já o calor específico \(\left( c \right)\) de uma substância é definido como a quantidade de calor que deve ser fornecida para uma unidade de massa para aumentar a sua temperatura em um grau.  Assim, as dimensões dessa magnitude são:

\[\frac{Energia}{massa.~incremento~de~T}\]

As unidades no numerador são geralmente joules ou calorias (as unidades de energia mais utilizadas). As unidades de aumento de temperatura podem ser, indistintamente,\(^{0}C\) ou \(K\). Como um aumento de temperatura de \({{1}^{o}}C\) equivale a um aumento de \(1~K\) de temperatura, o fluxo de calor que uma certa massa de um fluido deve receber para aumentar sua temperatura em um certo incremento de T seria calculado de acordo com a seguinte equação:

\[Q=m.c.\Delta T\]

\[c=\frac{Q}{m.\Delta T}\Rightarrow c=\underset{\Delta T\to 0}{\mathop{lim}}\,\frac{1}{m}\frac{Q}{\Delta T}=\frac{1}{m}\frac{\delta Q}{dT}\Rightarrow \]

\[Unidades:~cal/\left( g{{.}^{o}}C \right)~ou~J/\left( kg.K \right)\]

\[c=\underset{\Delta T\to 0}{\mathop{lim}}\,\frac{1}{n}\frac{Q}{\Delta T}\frac{1}{n}\frac{\delta Q}{dT}\Rightarrow \]

\[Unidades:~cal/\left( mol{{.}^{o}}C \right)ou~J/\left( mol.K \right)\]

Onde:

\(Q\) é o fluxo de calor;

\(m\) é a massa da substância;

\(\Delta T\) é o aumento de temperatura sofrido por essa substância.

Assim, o calor específico (variável específica) é a energia calorífica por unidade de massa ou por mol de substância que deve ser fornecida a um corpo para aumentar em um grau sua temperatura.

A mesma equação seria usada para calcular o fluxo de calor emitido por uma certa massa de uma substância que é resfriada.

O calor específico da água é \(1cal/{{g}^{o}}C\). Esse valor é anormalmente alto devido às peculiaridades desta substância.

Os diferentes materiais do planeta Terra permanentemente trocam calor, ou seja, transferem energia térmica entre si, sempre do corpo mais quente para o mais frio, o que provoca mudanças na sua própria temperatura. Em nosso universo, as mudanças produzidas pela ação de calor na matéria podem ser resumidas em estados físicos da matéria. O modelo molecular cinético é baseado na Teoria Molecular Cinética, proposta por Robert Boyle, para explicar a descontinuidade da matéria e o comportamento dos gases diante das mudanças de pressão e temperatura. Esse modelo nos permite explicar o que acontece na matéria no nível molecular quando ela absorve ou libera calor. Veja com mais detalhes no infográfico a seguir.

Estados da matéria

O estado físico da matéria é constituído pela organização e pela energia cinética das moléculas. Veremos alguns dos estados físicos da matéria descobertos ao longo do tempo.

Fonte: patternist, pandavector / 123RF.

Descrição de imagem: Há um infográfico que possui sete botões dispostos verticalmente. O título do infográfico é “Estados da matéria”; após ele, há o texto: “O estado físico da matéria é constituído pela organização e pela energia cinética das moléculas. Veremos alguns dos estados físicos da matéria descobertos ao longo do tempo”. Ao clicar em cada botão, tem-se a explicação de um estado físico da matéria. De cima para baixo, temos: 1) “Gasoso: Os gases não têm forma ou volume próprios, suas partículas movem-se continuamente e ocupam todo o volume do recipiente que os contém. Moléculas de gás podem se mover no espaço: os gases podem fluir. Além disso, quando aquecidos, os gases se expandem, ou seja, ocupam mais espaço, mas sua massa não muda”; 2) “Líquido: Os líquidos têm seu próprio volume, mas não têm forma adequada, então assumem a forma do recipiente que os contém. Moléculas podem se mover, mas a uma velocidade inferior à dos gases. É por isso que os líquidos podem fluir, mas menos do que os gases”; 3) “Sólido: Os sólidos têm volume e forma definidos, o que significa que o espaço que ocupam é único e sua forma permanece estável. No estado sólido, as forças atrativas entre as partículas são muito mais fortes e intensas do que as de repulsão, por isso as partículas estão muito próximas umas das outras e são incapazes de se mover (embora vibrem um pouco)”; 4) Plasma: Se um gás recebe energia suficiente (calor ou eletricidade), suas partículas podem perder algumas cargas negativas e um conjunto de cargas positivas (cátions). Esse estado, formado por gases ionizados, é chamado de plasma. O fogo é um exemplo de plasma de temperatura não muito alta. A coroa amarelo-alaranjada vista ao redor de uma vela ou chama de isqueiro é produzida pela ionização dos átomos (eles deixam de ser neutros e adquirir cargas) presentes nas moléculas de ar”; 5) “Condensado de Bose-Einstein: O condensado de Bose-Einstein é alcançado a temperaturas muito baixas, por meio da condensação de milhares de átomos. Sua principal característica é que as partículas que o compõem se encontram no mesmo estado quântico”; 6) Condensado de Fermi: É uma fase superfluida formada por partículas fermiônicas em baixas temperaturas. A natureza do condensado implica que todas as partículas que o compõem estejam no mesmo estado quântico, o que só é possível se essas partículas forem bósons (componentes do estado de Bose-Einstein); 7) “Superfluidos: Nos superfluidos, os átomos começam a se comportar como se fossem sólidos e fluidos ao mesmo tempo, que se encontram sob uma temperatura muito baixa, comportando-se como se não tivessem viscosidade e apresentando transmissão de calor anormalmente elevada. Fonte: Adaptado de Gaspar (2002) e Çengel e Afshin (2009). Há uma ilustração, à direita, dos três estados físicos da matéria: um copo com água, simbolizando o estado líquido, gelo, representando o estado sólido, e a evaporação em cima do copo juntamente com uma nuvem, retratando o estado gasoso.

Em termodinâmica, estudamos que a energia existe em diferentes formas. Neste momento, no entanto, estamos interessados principalmente no calor, definido, segundo Çengel e Afshin (2009), como a forma de energia que pode ser transferida de um sistema para outro em consequência da diferença de temperatura entre eles. A ciência que estuda as taxas de transferência do calor é chamada transferência de calor.

Transferência de Calor

As leis de transferência de calor são de suma importância no projeto e na operação de múltiplos equipamentos, como geradores de vapor, fornos, pré-aquecedores, trocadores, refrigeradores, evaporadores, condensadores, etc., em inúmeras aplicações industriais.

Em muitos casos, o objetivo principal é obter as velocidades máximas de transmissão de calor por unidade de área, compatível com fatores econômicos. Em outros casos, como em trocadores, recuperadores e regeneradores, o objetivo é o uso e a recuperação de calor. Finalmente, outras vezes é interessante minimizar as perdas de calor mediante isolamento.

REFLITA

Insolação

O calor, quando suave, é agradável, mas, em excesso, pode causar problemas de saúde. Uma insolação ocorre quando a temperatura do corpo sobe acima de 40º. O corpo humano funciona a cerca de 37º e é bastante sensível às variações externas. Por isso, possui mecanismos que regulam sua temperatura, como o suor, e distribuem o calor pelo sangue, expulsando-o para o exterior. Quando você sofre de insolação, todos esses mecanismos param de funcionar, a temperatura aumenta e os fluidos corporais abundantes são perdidos.

Fonte: Adaptado de Varella (2013).

É geralmente aceito que o calor é transferido de três maneiras diferentes, que são designadas como condução, convecção e radiação. Essas três formas de transferência são as mais simples isoladamente, embora, na prática, seja normal que pelo menos duas delas ocorram simultaneamente, tornando os fenômenos mais complexos de estudar.

Condução

A transferência de calor por condução pode ocorrer em qualquer dos três estados da matéria: sólido, líquido e gasoso. A condução é basicamente um mecanismo de transferência de energia entre partículas.

A energia das moléculas aumenta à medida que a temperatura aumenta. Essa energia pode passar de uma molécula para outra adjacente, desta para a próxima, e assim por diante, seja por colisão entre partículas, por fluidos ou por vibrações de rede em sólidos.

Observa-se que, em geral, os bons condutores elétricos são também bons condutores de calor. Os metais puros (como cobre, ouro, prata e alumínio) apresentam grandes concentrações de elétrons livres, de maneira que nesses metais, além do mecanismo de interação molecular (ou vibração da rede), também ocorre uma condução de calor através dos elétrons livres, que é o mecanismo predominante nesses metais puros. (LIVI, 2017, p. 134).

A condução em sólidos goza, portanto, de um suporte material, que são as moléculas do próprio corpo, que vibram em posições fixas sem se mover. Portanto, a transferência de energia por condução, macroscopicamente, não envolve transporte de matéria. O raciocínio é válido tanto para a transferência de energia dentro de um

sólido quanto para sólidos em contato.

Nos fluidos, a condução é explicada pela troca de energia cinética de suas moléculas, que é produzida como resultado de colisões entre elas. A transmissão de calor por condução em fluidos é produzida fundamentalmente no que vamos definir como a camada limite e tem pouca importância no resto da massa.

É possível quantificar os processos de transferência de calor em termos de equações ou modelos apropriados. Essas equações ou modelos são usados para calcular a quantidade de energia transferida por unidade de tempo. Para condução de calor, a equação ou equação-modelo é conhecida como Lei de Fourier, vista a seguir.

Se um corpo de comprimento \(L\) e seção transversal \(A\) tem uma de suas extremidades na temperatura \({{T}_{1}}\) e a outra em \({{T}_{2}}\) e é adequadamente isolado ao longo de seu comprimento \(L\), de modo que a energia térmica só pode seguir o caminho oferecido pelo volume \(A.LT\), assumindo que \({{T}_{2}}\) > \({{T}_{1}}\), a versão finita da Lei de Fourier afirma que, quando o regime estacionário for alcançado ao colocar o corpo em contato com os focos em temperaturas \({{T}_{i}}\), um certo tempo até que cada seção atinja a temperatura que corresponde ao gradiente térmico \(\left( \frac{{{T}_{2}}-{{T}_{1}}_{{}}}{L} \right)\), a velocidade de transferência de calor \(Q\) será dada por:

\[Q=K.A\left( \frac{{{T}_{2}}-{{T}_{1}}_{{}}}{L} \right)\]

O fluxo de calor ou transferência de calor por unidade de área \(Q\) \(\left( W/{{m}^{2}} \right)\) é a velocidade com que o calor é transferido na direção \(x\) por unidade de área perpendicular à direção de transferência, e é proporcional ao gradiente de temperatura.

A constante de proporcionalidade \(K\) é uma propriedade de transporte conhecida como condutividade térmica \(\left( W/m.K \right)\) e é uma propriedade do material.

Assim como a viscosidade relaciona a tensão aplicada com a taxa de deformação resultante, há uma propriedade chamada de condutividade térmica que relaciona o vetor taxa de fluxo de calor por unidade de área ao vetor gradiente de temperatura. Essa proporcionalidade, observada experimentalmente para fluidos e sólidos, é conhecida como lei de Fourier da condução de calor. (WHITE, 2010, p. 42).

O sinal de menos é uma consequência do calor que é transferido na direção de temperatura decrescente. Sob as condições de estado estacionário, a distribuição de temperaturas é linear.

Assistindo ao vídeo, você conheceu um pouco sobre a vida de Fourier e seus feitos na matemática e na física, especialmente no campo da calorimetria.

Convecção

Diferentemente da condução, a convecção envolve o transporte de energia e matéria, portanto, essa forma de transferência de calor só é possível em fluidos e também é característica deles.

De uma forma mais geral, podemos explicar que o modo de transferência de calor por convecção é composto por dois mecanismos. Além da transferência de energia devido ao movimento molecular aleatório (condução), a energia também é transferida pelo movimento global do fluido. Esta é a transferência de calor, então devido a uma superposição de dois transportes de energia, um pelo movimento aleatório das moléculas e o outro pelo movimento global do fluido. Costuma-se usar o termo “convecção” em referência a este transporte acumulado.

Analisaremos a transferência de calor por convecção que ocorre entre um fluido em movimento e uma superfície limitante, quando estes têm temperaturas diferentes.

A taxa de transferência de calor por unidade de área para um corpo por meio de um fluido em convecção natural ou gravitacional é uma função da diferença de temperatura, da gravidade, do comprimento do corpo e de três propriedades do fluido: viscosidade cinemática, condutividade e coeficiente de expansão térmica. (WHITE, 2010, p. 342).

Chamamos de camada limite hidrodinâmica ou de velocidade a região no fluido em que a sua velocidade varia de zero a um valor finito (\({{u}_{\infty }}\)), sendo uma consequência da interação do fluido em si com a superfície de contato. Além disso, se as temperaturas da superfície e do fluido forem diferentes, haverá uma região do fluido no qual a temperatura varia de \({{T}_{s}}\) em \(y=0\), a \({{T}_{\infty }}\) na saída. Esta região, chamada de camada limite térmica, pode ter um tamanho diferente da camada limite térmica de velocidade. A apreciação dos fenômenos da camada limite é essencial para a compreensão da transferência de calor por convecção. A equação ou o modelo apropriado que caracteriza os processos de transferência de calor por convecção é da forma:

\[q=h{{\left( {{T}_{s}}-{{T}_{\infty }} \right)}_{{}}}\]

Onde \(q\) é o fluxo de calor convectivo \(\left( W/{{m}^{2}} \right)\), proporcional à diferença entre a temperaturas da superfície e do fluido, \({{T}_{s}}\)  e \({{T}_{\infty }}\), respectivamente. Esta expressão é conhecida como Lei do Resfriamento de Newton, e a constante de proporcionalidade \(h~\left( W/{{m}^{2}}.K \right)\) é chamada de coeficiente de calor convectivo. Isso depende das condições da camada limite, que são influenciadas pela geometria da superfície, pela natureza do movimento do fluido e por uma variedade de propriedades do fluido.

Qualquer estudo de convecção é finalmente reduzido a um estudo dos meios pelos quais é possível determinar \(h\).

FIQUE POR DENTRO

Lei de Resfriamento de Newton

A Lei de Resfriamento de Newton afirma que a velocidade de variação da temperatura é proporcional à diferença de temperatura entre o corpo e a vizinhança.

Para conhecer mais sobre a teoria e aplicação da Lei de Resfriamento de Newton, veja o artigo “A lei de resfriamento de Newton: aliando teoria e prática”, de Tavares e Leite (2018), disponível no link:

https://bit.ly/3VVzIim. Acesso em: 13 dez. 2022.

Fonte: Elaborado pela autora.

A transferência de calor por convecção é classificada de acordo com a natureza do fluxo. Falamos de convecção forçada quando o escoamento é causado por meios externos, como ventilador, uma bomba ou o vento. Na convecção livre, o escoamento é induzido por forças de flutuabilidade decorrentes de diferenças de densidade causadas por variações de temperaturas no fluido. Ou seja, as moléculas do fluido, quando aquecidas, expandem-se, perdem densidade e tendem a subir, deixando seu lugar para outros de maior densidade. Originam-se assim correntes de convecção que produzem a mistura das diferentes camadas do fluido e o aumento da energia de suas moléculas. Por sua vez, esses tipos de fluxos podem ser externos ou internos.

Descrevemos o modo de transferência de calor por convecção como a transferência de energia que ocorre dentro de um fluido devido aos efeitos combinados de condução e movimento geral do fluido. Em geral, a energia que é transferida é a energia sensível ou energia térmica interna do fluido. No entanto, existem processos de convecção em que há também troca de calor latente. Dois casos de especial interesse são a ebulição e a condensação.

Radiação

A radiação térmica é a energia emitida pela matéria em uma temperatura finita. Concentraremos nossa atenção na radiação de superfícies sólidas, no entanto,  esta radiação também pode vir de líquidos ou gases.

A transferência de calor por radiação consiste no transporte de energia por radiação térmica. Uma das características do mecanismo de radiação é que, além de não necessitar um meio material para a transferência de calor, o transporte de energia tem eficiência máxima através do vácuo absoluto. Qualquer superfície com temperatura acima de zero kelvin emite radiação térmica. Define-se como corpo negro uma superfície que absorve totalmente a radiação que incide sobre ela. (LIVI, 2017, p. 136).

Na radiação térmica, o calor é transmitido por ondas eletromagnéticas, assim como a luz, mas estas apresentam comprimentos diferentes. A energia radiante depende das características da superfície e da temperatura do corpo emissor. Ao incidir sobre um receptor, parte da energia passa para este outro corpo, dependendo das características dele e de seu poder de absorção. Essa energia se traduz em um aumento da temperatura do segundo corpo. A transferência de calor por radiação envolve apenas o transporte de energia, não necessita de suporte material, inclusive, ocorrendo no vazio.

A radiação que a superfície emite origina-se da energia térmica da matéria limitada pela superfície, e a taxa na qual ela libera energia por unidade de área \(\left( W/{{m}^{2}} \right)\) é chamada de potência de emissão de superfície  (\(E\)). Existe um limite superior para a potência emissiva, que é estabelecido pela Lei Stefan-Boltzmann:

\[{{E}_{b}}=\sigma T_{s}^{4}\]

onde \({{T}_{s}}\) é a temperatura absoluta \(\left( K \right)\) da superfície e \(\sigma \) é a constante de Stefan- Boltzmann \(\left( \sigma ={{5,67.10}^{-8}}~W/{{m}^{2}}.{{K}^{4}} \right)\). Essa superfície é chamada de radiador ideal ou corpo negro. O fluxo de calor emitido por uma superfície real é menor do que o de um corpo negro em uma mesma temperatura e é dado por:

\[E=\varepsilon \sigma T_{s}^{4}\]

onde \(\varepsilon \) é uma propriedade radiativa da superfície chamada emissividade. Com valores na faixa de \(0\le \varepsilon \le 1\), esta propriedade fornece uma medida da eficiência com que uma superfície emite energia em relação a um corpo negro.

SAIBA MAIS

Radiação térmica

Na engenharia térmica, consideramos apenas a radiação térmica, ou seja, a radiação que transporta energia na forma de calor. No entanto, existem muitos fenômenos diferentes de radiação eletromagnética.  

Para conhecer mais sobre a aplicação da radiação térmica e o problema da radiação de cavidade e demonstrando a Lei de Stefan- Boltzmann, acesse o vídeo “Radiação térmica - capítulo 1 (Eisberg & Resnick) 1ª parte - corpo negro [Stefan-Boltzmann]”, do professor Fernando Dantas.

Este problema é uma das razões que levaram à criação da física quântica.

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=eNHyP2_UIP8. Acesso em: 13 dez. 2022.

Fonte: Elaborado pela autora.

Segundo Bergman (2019), a radiação também pode atingir uma superfície da vizinhança e pode ser de uma fonte especial, como o Sol, ou de outras superfícies de interesse.

Designamos a taxa de velocidade na qual toda essa radiação incide em uma área unitária da superfície como irradiação \(G\). Uma parte da irradiação, ou toda, pode ser absorvida pela superfície, aumentando assim a energia térmica do material. A taxa na qual a energia radiante por unidade de área superficial é absorvida é avaliada a partir do conhecimento de uma propriedade radiativa da superfície chamada absortividade \(\alpha \). Quer dizer,

\[{{G}_{abs}}=\alpha G\]

onde \(0\le \alpha \le 1\). Se \(\alpha <1\) e a superfície for opaca \(\left( \tau =0 \right)\), parte da irradiação é refletida. Se a superfície é semitransparente \(\left( \tau \ne 0 \right)\), parte da irradiação também é transmitida. No entanto, enquanto a radiação é absorvida e emitida, aumenta e diminui respectivamente a energia térmica da matéria, e a radiação transmitida e refletida não têm efeito sobre esta energia.

Um caso especial que ocorre frequentemente envolve a troca de radiação entre uma pequena superfície em \({{T}_{s}}\) e uma superfície isotérmica muito maior. Os arredores podem ser as paredes de uma sala cuja temperatura \({{T}_{a}}\) é diferente daquela de uma superfície circundada \(\left( {{T}_{s}}\ne {{T}_{a}} \right)\).

Se aceitarmos que, para tal condição, a irradiação se aproxima da emissão de um corpo preto para \({{T}_{a}}\), então \(G=\sigma T_{a}^{4}\). Se assumirmos ainda que a superfície é tal que \(\alpha =\varepsilon \) (superfície cinza), então a taxa líquida de transferência de calor por radiação da superfície, expressa por unidade de área de superfície, é:

\[q=\frac{Q}{A}=\varepsilon {{E}_{b}}\left( {{T}_{s}} \right)-\alpha G=\varepsilon \sigma \left( T_{s}^{4}-T_{a}^{4} \right)\]

Por meio dessa equação diferenciamos a energia liberada mediante a emissão por radiação e a energia absorvida.

A expressão que determina a troca da radiação líquida também se dá por:  

\[q={{h}_{r}}\left( {{T}_{s}}-{{T}_{a}} \right)\]

onde o coeficiente de transferência de calor por radiação é:

\[{{h}_{r}}=\varepsilon \sigma \left( {{T}_{s}}+{{T}_{a}} \right)(T_{s}^{2}+T_{a}^{2}){{_{{}}^{{}}}_{{}}}\]

Conceitos Sobre Transferência de Calor

Neste ponto, é conveniente notar as diferenças fundamentais entre a transferência de calor e a termodinâmica. Segundo Bergman (2019), a partir do estudo da termodinâmica, aprendemos que energia pode ser transferida por interações de um sistema com a sua vizinhança. Essas interações são chamadas de trabalho e calor. Entretanto, a termodinâmica lida com os estados extremos (inicial e final) do processo ao longo do qual uma interação ocorre e não fornece informação sobre a natureza da interação ou sobre a taxa na qual ela ocorre. A termodinâmica lida com os estados de equilíbrio da matéria, em que um estado de equilíbrio necessariamente exclui a existência de um gradiente de temperatura. Embora a termodinâmica seja usada para determinar a quantidade de energia necessária na forma de calor para trazer um sistema de um estado de equilíbrio para outro, não reconhece que a transferência de calor é inerentemente um processo de não equilíbrio. Para que ocorra a transferência de calor, deve haver um gradiente de temperatura, ou seja, um desequilíbrio termodinâmico. A disciplina de transferência de calor procura realizar o que a termodinâmica é inerentemente incapaz de fazer, isto é, quantificar a taxa na qual a transferência de calor ocorre em termos de grau de desequilíbrio térmico. Isso é feito por meio das equações ou modelos para os três modos de transferência expressos no ponto anterior.

Requisitos de conservação de energia

Os tópicos de termodinâmica e transferência de calor são extremamente complementares. Por exemplo, uma vez que a primeira trata da velocidade com que o calor é transferido, o tema de transferência de calor é considerado uma extensão da termodinâmica pois trata da troca de energia térmica entre sistemas físicos. Por sua vez, para muitos problemas de transferência de calor, a primeira lei da termodinâmica (lei da conservação da energia) fornece uma ferramenta útil, muitas vezes essencial.

A energia pode ser transferida de ou para um sistema fechado por calor ou trabalho, e o princípio de conservação da energia exige que a transferência de energia líquida de ou para um sistema durante um processo seja igual à variação da energia contida no sistema. Volumes de controle também envolvem transferência de energia por meio do escoamento de massa, e o princípio de conservação da energia, também chamado de balanço de energia. (ÇENGEL; BOLES, 2015, p. 149).

Antecipando este tipo de problema, veremos agora as formulações gerais da primeira lei.

Conservação de energia para um volume de controle

Para aplicar a primeira lei, precisamos inicialmente identificar o volume de controle, uma região delimitada por uma superfície de controle por meio da qual podem passar a energia e a matéria. Uma vez que o volume de controle é identificado, havendo uma base de tempo apropriada, há duas opções. Uma vez que a primeira lei deve ser satisfeita em cada um dos instantes de tempo (\(t\)), uma opção implica formular a lei sobre velocidades básicas, isto é, em qualquer instante deve haver um equilíbrio entre todas as taxas de energia medidas em joules por segundo \(\left( W \right)\). Alternativamente, a primeira lei também deve valer para qualquer intervalo de tempo (\(\Delta t\)). Para esse intervalo, deve haver um equilíbrio entre as quantidades de todas as mudanças de energia, medidas em joules.

De acordo com a base de tempo, as formulações mais convenientes da primeira lei para análise de transferência de calor são expressas das formas apresentadas a seguir.

Em um instante (t)
A taxa na qual a energia térmica e mecânica entra em um volume de controle mais a taxa na qual a energia térmica é gerada dentro do volume de controle, menos a taxa na qual a energia térmica e mecânica deixa o volume de controle deve ser igual à taxa de aumento da energia armazenada dentro do volume de controle.

Em um intervalo de tempo (Δt)
A quantidade de energia térmica e mecânica que entra em um volume de controle mais a quantidade de energia térmica que é gerada dentro do volume de controle, menos a quantidade de energia térmica e mecânica que sai do volume de controle deve ser igual ao aumento da quantidade de energia armazenada no volume de controle.

Se a entrada e a geração de energia excederem a saída, haverá um aumento na quantidade de energia armazenada (acumulada) no volume de controle; se acontecer o contrário, haverá uma diminuição no armazenamento de energia. Se o fluxo de entrada e a geração de energia forem iguais ao fluxo de saída, o status deve prevalecer estável, não havendo mudança na quantidade de energia armazenada no volume de controle.

Uma forma geral da necessidade de conservação de energia é então expressa em uma base de velocidade como:

\[{{E}_{e}}+{{E}_{g}}-{{E}_{s}}=\frac{d{{E}_{a}}}{dt}={{E}_{a}}\]

O primeiro passo é identificar a superfície de controle desenhando uma linha pontilhada. O próximo é identificar os termos de energia. Em um instante, esses termos incluem a taxa na qual as energias térmica e mecânica entram e saem através da superfície de controle, \({{E}_{e}}\) e \({{E}_{s}}\). Também é possível gerar energia térmica dentro do volume de controle devido à conversão de outras formas de energia. Nos referimos a esse processo como geração de energia, e a velocidade com que ocorre é  \({{E}_{g}}\). A taxa de variação da energia armazenada no volume de controle é designada por \(\frac{d{{E}_{a}}}{dt}\).

A equação acima se aplica a qualquer instante de tempo. A forma alternativa que se aplica para um intervalo de tempo (\(\Delta t\)) é obtida integrando esta equação ao longo do tempo:

\[{{E}_{e}}+{{E}_{g}}-{{E}_{s}}=\Delta {{E}_{a}}\]

Expressa em palavras, essa relação indica que as quantidades do fluxo de entrada e geração de energia agem para aumentar a quantidade de energia armazenada dentro do volume de controle, enquanto a vazão atua para diminuir a energia armazenada.

Balanço de energia em uma superfície

Frequentemente teremos a oportunidade de aplicar o requisito de conservação da energia para a superfície de um meio. Neste caso especial, a superfície de controle não inclui massa ou volume. Assim, os termos geração e armazenamento da expressão de conservação não são mais relevantes, e só é necessário lidar com o fenômeno superficial. Para esse caso, o requisito de conservação torna-se:

\[{{E}_{e}}-{{E}_{s}}=0\]

Embora a geração de energia térmica tenha ocorrido no meio, o processo não afeta o balanço de energia na superfície de controle. Também essa exigência da conservação é válida para condições de estado estacionário e de estado transitório.

Por unidade de área, estas são a condução do meio para a superfície de controle \(\left( {{q}_{cond}} \right)\), a convecção da superfície para o fluido \(\left( {{q}_{conv}} \right)\) e troca de radiação líquida da superfície para a vizinhança \(\left( {{q}_{rad}} \right)\). O balanço de energia tem, então, a forma:

\[{{q}_{cond}}-{{q}_{conv}}-{{q}_{rad}}=0\]

E é possível expressar cada um dos termos com as equações ou os modelos apropriados.

Aplicação da Lei de Conservação: metodologia

Mesmo conhecendo as equações que se relacionam ao transporte de energia, é necessário que você, estudante, entenda as premissas envolvidas na conservação. A seguir, alguns aspectos a serem considerados:

representar o volume de controle a ser definido por linhas pontilhadas;

identificar a base temporal apropriada;

identificar os processos energéticos relevantes e exibir cada processo no volume de controle por meio de uma seta rotulada;

escrever a equação de conservação e substituir, nos termos da equação, as expressões de fluxo apropriadas.

É importante notar que o requisito de conservação de energia se aplica a um volume de controle finito ou a um volume de controle diferencial (infinitesimal). Em primeiro lugar, a expressão resultante determina o comportamento geral do sistema. Em segundo lugar, obtemos uma equação diferencial que pode ser resolvida para condições em cada ponto do sistema.

Indicação de leitura

Livro: Princípios da teoria térmica

Autor: Leandro Bertoldo

Ano: 2019

Editora: Publicação independente

ISBN: 107479947X, 9781074799472

Comentário: A obra apresenta, com ainda mais detalhes e aplicações, os assuntos abordados no presente material. O autor analisa de forma mais aprofundada temas como calor, temperatura, radiação, fluxo, troca de calor, condensador térmico, entre outros, além  de equações fundamentais necessárias para a compreensão dos fenômenos térmicos.

Considerações finais

Neste material, vimos a introdução de uma série de conceitos gerais acerca da definição de calor, que pode ser definido como uma forma de troca de energia do corpo de maior temperatura para o de menor temperatura. Também analisamos o conceito de calor específico, referente às diferentes capacidades que as substâncias têm de absorver energia na forma de calor.        

Examinamos com detalhes as formas de transmissão de calor, por condução, convecção e radiação, com toda a ferramenta matemática necessária para o entendimento amplo do assunto.

Por fim, estudamos a conservação de energia em um volume de controle, os balanços de energia em superfícies e a aplicação das leis de conservação.

Esperamos que o conteúdo seja de grande valia em sua jornada, seja acadêmica ou profissional! Até a próxima!

Atividade

A termodinâmica lida com a quantidade de transferência de calor quando um sistema passa por um processo de um estado de equilíbrio para outro e não se refere a quanto tempo esse processo levará. Porém, na engenharia, muitas vezes estamos interessados na taxa dessa transferência, conhecida como transferência de calor.

A respeito da transferência de calor, analise as afirmativas a seguir.

I. A condução é uma forma de transferência de calor que pode ser entendida como a interação entre partículas com mais energia e com menos energia, ocasionando a passagem parcial de energia.

II. A condução é uma forma de transferência de calor compreendida como o mecanismo dominante dentro dos sólidos, e a equação que modela a troca de calor por condução é a Lei de Resfriamento de Newton.

III. A transferência de calor por convecção é composta por três mecanismos: movimento molecular (difusão), transporte de ondas e transferência associada ao movimento globaldo fluido.  

IV. Se houver uma diferença de temperatura dentro de um líquido ou de um gás, é quase certo que ocorrerá um movimento do fluido. Este movimento transfere calor de uma parte do fluido para outra por meio de um processo chamado convecção.

Está correto o que se afirma em:

I, II e III, apenas.

Incorreta: A alternativa está incorreta. A afirmativa I está correta, pois a definição de condução é que as partículas mais energéticas transferem energia para as menos energéticas. A afirmativa II está incorreta, pois a Lei de Resfriamento de Newton define o processo de transferência de calor por convecção. A afirmativa III está incorreta, pois a convecção é realizada por dois mecanismos, que são a difusão e o movimento global do fluido. A afirmativa IV está correta, pois a convecção ocorre nos fluidos. Assim, está correto o que se afirma em I e IV, apenas.

I e IV, apenas.

Correta: A alternativa está correta. A condução é a passagem de energia de partículas com mais energia para as com menos energia, sendo assim, a afirmativa I está correta. Ela é definida matematicamente pela Lei de Fourier, sendo a alternativa II, portanto, incorreta. Podemos determinar a convecção pelo processo de difusão e pelo movimento global, e ela ocorre tanto nos líquidos quanto nos gases, assim sendo, a afirmativa III está incorreta e a IV, correta.

II, III e IV, apenas.

Incorreta: A alternativa está incorreta. A afirmativa I está correta, pois a definição de condução é que as partículas mais energéticas transferem energia para as menos energéticas. A afirmativa II está incorreta, pois a Lei de Resfriamento de Newton define o processo de transferência de calor por convecção. A afirmativa III está incorreta, pois a convecção é realizada por dois mecanismos, que são a difusão e o movimento global do fluido. A afirmativa IV está correta, pois a convecção ocorre nos fluidos. Assim, está correto o que se afirma em I e IV, apenas.

II e III, apenas.

Incorreta: A alternativa está incorreta. A afirmativa I está correta, pois a definição de condução é que as partículas mais energéticas transferem energia para as menos energéticas. A afirmativa II está incorreta, pois a Lei de Resfriamento de Newton define o processo de transferência de calor por convecção. A afirmativa III está incorreta, pois a convecção é realizada por dois mecanismos, que são a difusão e o movimento global do fluido. A afirmativa IV está correta, pois a convecção ocorre nos fluidos. Assim, está correto o que se afirma em I e IV, apenas.

I, III e IV, apenas.

Incorreta: A alternativa está incorreta. A afirmativa I está correta, pois a definição de condução é que as partículas mais energéticas transferem energia para as menos energéticas. A afirmativa II está incorreta, pois a Lei de Resfriamento de Newton define o processo de transferência de calor por convecção. A afirmativa III está incorreta, pois a convecção é realizada por dois mecanismos, que são a difusão e o movimento global do fluido. A afirmativa IV está correta, pois a convecção ocorre nos fluidos. Assim, está correto o que se afirma em I e IV, apenas.

Atividade

Cada grama de água precisa trocar uma caloria para mudar sua temperatura em um grau Celsius. A água tem uma capacidade maior de armazenar energia do que muitas outras substâncias. Por essa razão, uma pequena massa de água absorve uma grande quantidade de calor, com um aumento relativo de temperatura bastante pequeno. Pela mesma razão, a água esfria mais lentamente do que outras substâncias. É por isso que a água é usada como refrigerante em muitas máquinas ou sistemas, como automóveis.

A partir do trecho acima e dos seus conhecimentos adquiridos, assinale a alternativa que corretamente apresenta a definição do conceito físico apresentado.

Calor latente.

Incorreta: A alternativa está incorreta, pois o calor latente ou calor de transformação é a quantidade de energia térmica cedida ou adquirida por um corpo que permanece com a mesma temperatura durante uma mudança de estado físico.

Calor natural.

Incorreta: A alternativa está incorreta, pois calor natural é apenas a definição de energia na forma de calor  proveniente de uma fonte natural, como. por exemplo,  o Sol.

Caloria.

Incorreta: A alternativa está incorreta, pois caloria é a unidade de medida de energia e também a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de um grama de água de 14,5º a 15,5ºC.

Calor específico.

Correta: A alternativa está correta, pois calor específico, ou capacidade térmica, é a grandeza física que define a variação térmica de determinada substância ao receber determinada quantidade de calor.

Calor de transformação.

Incorreta: A alternativa está incorreta, pois calor de transformação é também conhecido como calor latente, que é a quantidade de energia térmica cedida ou adquirida por um corpo que permanece com a mesma temperatura durante uma mudança de estado físico.

Atividade

Calor é geralmente o termo usado para descrever um tipo de transferência de energia. Quando se fala em calor ou energia térmica, refere-se à quantidade de energia que é adicionada ou removida da energia interna de um objeto, devido a uma diferença de temperatura.

A respeito da transferência de calor, analise as afirmativas a seguir e indique F para a(s) falsa(s) e V para a(s) verdadeira(s):

I. (   ) A radiação térmica é a energia emitida pela matéria que está a uma temperatura finita. Apesar de a energia do campo ser a radiação, transportada por ondas eletromagnéticas, ela necessita de um meio material para se propagar.

II. (   ) O aquecimento de uma sala com um radiador é um bom exemplo do mecanismo de convecção, que faz com que o ar quente suba em direção ao teto e o ar frio do resto da sala seja direcionado para o radiador.

III. (   ) Os mecanismos de transferência de calor podem ser definidos como condução, convecção e radiação. Esses mecanismos podem ocorrer simultaneamente com diferentes importâncias relativas.

IV. (   ) A transferência de calor por convecção é o mecanismo dominante dentro dos sólidos e está associado à vibração das moléculas com velocidades diferentes, que se tornarão uniformes ao longo do tempo.

A sequência correta é:

F, F, F, V

Incorreta: A alternativa está incorreta. A afirmativa I é falsa, uma vez que ondas eletromagnéticas não precisam de meio para se propagar. A afirmativa II é verdadeira, pois o ar quente (menos denso) tende a subir, e o ar frio (mais denso) a descer. A afirmativa III é verdadeira, pois condução, convecção e radiação são as formas que o calor possui para ser transferido. A afirmativa IV é falsa, pois é na condução que o calor se transfere devido à vibração das moléculas com velocidades diferentes, que se tornarão uniformes ao longo do tempo. Assim, a sequência correta é F, V, V, F.

V, F, F, V

Incorreta: A alternativa está incorreta. A afirmativa I é falsa, uma vez que ondas eletromagnéticas não precisam de meio para se propagar. A afirmativa II é verdadeira, pois o ar quente (menos denso) tende a subir, e o ar frio (mais denso) a descer. A afirmativa III é verdadeira, pois condução, convecção e radiação são as formas que o calor possui para ser transferido. A afirmativa IV é falsa, pois é na condução que o calor se transfere devido à vibração das moléculas com velocidades diferentes, que se tornarão uniformes ao longo do tempo. Assim, a sequência correta é F, V, V, F.

F, V, V, F

Correta: A alternativa está correta. A afirmativa I é falsa, pois a radiação ocorre no vácuo, ou seja, não precisa de meio para se propagar. A afirmativa II é verdadeira, pois, na convecção, o ar menos denso tende a subir, e o ar mais denso, a descer, assim como ocorre em um radiador situado no solo. A afirmativa III é verdadeira, pois as formas de o calor se propagar são: por condução, por convecção e por radiação. A afirmativa IV é falsa, pois, na condução, o calor se transfere devido à vibração das moléculas com velocidades diferentes, que se tornarão uniformes ao longo do tempo. Assim, a sequência correta é F, V, V, F.

V, F, V, F

Incorreta: A alternativa está incorreta. A afirmativa I é falsa, uma vez que ondas eletromagnéticas não precisam de meio para se propagar. A afirmativa II é verdadeira, pois o ar quente (menos denso) tende a subir, e o ar frio (mais denso) a descer. A afirmativa III é verdadeira, pois condução, convecção e radiação são as formas que o calor possui para ser transferido. A afirmativa IV é falsa, pois é na condução que o calor se transfere devido à vibração das moléculas com velocidades diferentes, que se tornarão uniformes ao longo do tempo. Assim, a sequência correta é F, V, V, F.

F, F, F, F

Incorreta: A alternativa está incorreta. A afirmativa I é falsa, uma vez que ondas eletromagnéticas não precisam de meio para se propagar. A afirmativa II é verdadeira, pois o ar quente (menos denso) tende a subir, e o ar frio (mais denso) a descer. A afirmativa III é verdadeira, pois condução, convecção e radiação são as formas que o calor possui para ser transferido. A afirmativa IV é falsa, pois é na condução que o calor se transfere devido à vibração das moléculas com velocidades diferentes, que se tornarão uniformes ao longo do tempo. Assim, a sequência correta é F, V, V, F.

Unidade concluída

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